quarta-feira

Formação nas Bibliotecas de Lisboa

A notícia já não é nova, mas ainda assim aqui fica como registo de arquivo. Poderá funcionar como uma espécie de memória futura!

Câmara de Lisboa anuncia plano de formação para funcionário das bibliotecas municipais

O vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, José Amaral Lopes, anunciou hoje um plano de formação para os funcionários das 17 bibliotecas da cidade, depois de ter constatado que só 20 por cento são especialistas na área.

Entre os 265 funcionários das bibliotecas municipais, 34 por cento têm menos de dez anos de escolaridade, 21 por cento são licenciados e 15 por cento têm uma formação académica superior à licenciatura. Só dez por dos técnicos superiores têm formação específica na área, ao nível do mestrado, e entre os técnicos profissionais 20 por cento, revelou Amaral Lopes numa conferência de imprensa que revelou as conclusões de um levantamento das necessidades das bibliotecas municipais.

O autarca apresentou uma comparação com o número de técnicos das redes de bibliotecas de cidades com população semelhante à de Lisboa, ficando a capital portuguesa em último lugar, numa lista encabeçada pelas cidades de Vancouver, Helsínquia e Copenhaga.

Um primeiro grupo de 30 trabalhadores vai começar este ano a receber formação, em horário laboral, disse o director municipal de Cultura, Rui Pereira.
Sobre a falta de qualificação dos recursos humanos das bibliotecas, Amaral Lopes sublinhou que "a culpa não é dos trabalhadores". "A Câmara contratou trabalhadores não especializados. Se a formação não foi feita, tem de ser feita, e é uma obrigação minha".

Bibliotecas Municipais passam a estar abertas ao sábado em Fevereiro

Amaral Lopes adiantou ainda que as bibliotecas municipais deverão passar a estar abertas ao sábado em Fevereiro, tendo a maioria, por falta de recursos humanos, de encerrar à segunda-feira.
A Biblioteca Central Palácio Galveias, a Biblioteca República e Resistência, Biblioteca Orlando Ribeiro e a Hemeroteca funcionarão de segunda a sábado, enquanto as restantes 13 bibliotecas da capital estarão abertas de terça a sábado.

O vereador da Cultura citou as directivas da UNESCO para justificar que "as bibliotecas devem estar abertas nas alturas de máxima conveniência para os utilizadores".
Amaral Lopes enumerou uma série de concelhos geridos pelo PS ou PCP onde as bibliotecas já funcionam ao sábado para sublinhar que a medida "não é nenhuma bizarria do vereador da cultura de Lisboa".

O director municipal de Cultura, Rui Pereira, adiantou que o objectivo da medida, que "em princípio" entra em vigor em Fevereiro, é que "a médio prazo" todas as bibliotecas municipais estejam abertas tanto ao sábado como à segunda-feira, o que ainda não é possível por "falta de recursos humanos".
O vereador já se reuniu com os cerca de 260 trabalhadores das bibliotecas municipais e terá uma reunião com sindicatos amanhã, depois da qual deverá ser anunciada a data específica para o início do novo horário de funcionamento.

Lisboa vai ter mais duas bibliotecas este ano

Amaral Lopes recordou que este ano serão abertas mais duas bibliotecas, em Marvila e Benfica, estando previstas mais duas para 2008, em Campo de Ourique, no antigo Cinema Europa, e em Alvalade.

As bibliotecas municipais com mais empréstimos concedidos são a Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro (41.879 empréstimos em 2006), a Biblioteca Municipal Camões (29.091) e a Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias (15.841).
As bibliotecas com menos empréstimos em 2006 foram a Biblioteca Timor (70), a Biblioteca Municipal Maria Keil (247) e a Biblioteca Municipal de São Lázaro (559), mas as duas últimas estiveram encerradas durante o primeiro semestre do ano.

As bibliotecas com mais visitas foram, no ano passado, a Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro (128.651), a Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias (96.954) e a Biblioteca Municipal República e Resistência (47.718).
As menos visitadas foram a Bedeteca (3731), a Biblioteca Municipal Timor (4035) e a Biblioteca de São Lázaro (5216).
Quando comparadas com outras cidades europeias, as bibliotecas lisboetas são as que têm menor número de visitas e as colecções com menor número de exemplares.
A colecção das bibliotecas lisboetas é composta por 431.245 exemplares, a esmagadora maioria são livros, ocupando o suporte em DVD e CD áudio um por cento.
Estão inscritas 21.464 pessoas na rede de bibliotecas da capital, das quais 6703 não efectuaram qualquer empréstimo em 2006.
A maioria dos utilizadores das bibliotecas são mulheres, estudantes, licenciados ou com o ensino secundário e têm entre 18 e 25 anos.

Fonte: Público | 22.01.2007

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