segunda-feira

Mobilizações inteligentes

O livro já não é novo, mas o fenómeno continua em franca expansão. A revolução social das smart mobs está em marcha deste as manifestações espontâneas dos últimos anos às redes sociais que a web 2.0 permite. Como diria Durkheime "Tudo é social"!

"Emergem quando as telecomunicações e as novas tecnologias informáticas amplificam os talentos humanos para a cooperação. São denominadas de “smart mobs”, a partir do título do recente livro de Howard Rheingold (“Smart Mobs: The Next Social Revolution”), também autor de “The Virtual Community: Homesteading on the Electronic Frontier” onde abordava a emergência das comunidades virtuais na Internet.

As tecnologias que propiciam as “smart mobs” são a telefonia móvel e a computação disseminada em diferentes equipamentos, alguns generalizados, outros ainda em investigação mas já teorizados. O impacto dessas tecnologias será tanto benéfico como destrutivo, alerta Rheingold na apresentação do livro, porque pode servir para coordenar movimentos democráticos mas também ataques terroristas.

Um exemplo disso foi o encontro anti-globalização em 1999, em Seattle, onde telemóveis e sítios Web foram usados para coordenar as manifestações e conjugar os esforços dos manifestantes. Um dos resultados foi a OMC, uma das principais visadas nesses encontros, passar a reunir-se em segredo ou em localizações de difícil (e dispendioso) acesso. Não é este já um resultado visível de um movimento aparentemente invisível?

Rheingold salienta diversas aplicações futuras - ou, melhor, um cenário futuro - a partir de demonstrações do presente. Por exemplo, qual o impacto para as “smart mobs” das redes sem fios cada vez mais disponíveis em cidades de todo o mundo?

A tese principal é a de que a convergência do telemóvel e da computação ubíqua terá um maior impacto do que as chamadas “revoluções” informática e da Internet.

Para analisar a totalidade do seu impacto social, é necessário recorrer a biólogos, sociólogos e economistas para criar um quadro explanatório sobre a natureza da cooperação. Mas nem tudo é explicável neste momento de emergência dessas novas tecnologias e novas culturas - e novos problemas sociais.
A integração de microprocessadores em equipamentos antes pouco permeáveis a esta tecnologia, numa fusão de átomos e bits para a criação de “artefactos inteligentes”, retorna um mundo de comunicação pessoal e transmissível.

Contra isso levantam-se os “cartéis dos media e as agências governamentais”.
No primeiro caso, tentam re-impôr o regime do “broadcast”, onde os utilizadores não podem e não devem ser criadores mas apenas consumidores. Basta ver a troca de mensagens de texto - e, futuramente, de vídeo - pelos telemóveis ou a criação de grupos de discussão temáticos e de “Weblogs” na Internet para se perceber como estes meios se tornam uma real alternativa aos medias tradicionais para as “breaking news”.

Do lado governamental (em todos os continentes), assiste-se igualmente a tentativas de controlar, monitorizar e vigiar as comunicações electrónicas, sob a bandeira da segurança anti-terrorista mas que vai muito além dessa preocupação.
É obviamente difícil de antecipar todas as implicações sociais e culturais que advirão das “smart mobs” mas o lançamento dessa enorme discussão já está a ser feito no sítio Web www.smartmobs.com"

Tradução do resumo do livro para português: Magazine|CCB

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