terça-feira

Programa do XIX Governo Constitucional, as bibliotecas, o livro e os arquivos

Foi ontem apresentado o Programa do XIX Governo Constitucional e as referências às bibliotecas, ao livro e aos arquivos não são especialmente inovadoras e animadoras...

Se quantidade fosse qualidade e interesse o cenário seria este:

Biblioteca - 5 ocorrências
Livro - 3 ocorrências
Leitura - 4 ocorrências
Arquivo - 0 ocorrências
Sociedade da informação - 2 ocorrências

A única secção do documento com referências à nossa área é a seguinte:

Sector do livro, da leitura e da política da Língua

O Governo assume o compromisso de completar a Rede Nacional de Bibliotecas iniciada em 1986, no X Governo Constitucional, dotando-a dos instrumentos adequados ao cumprimento dos contratos-programa estabelecidos ou a estabelecer com as Autarquias.
Retomar-se-á a Rede do Conhecimento, interrompida em 2005, alicerçando-se nas infra-estruturas das bibliotecas municipais uma vasta partilha de recursos e de meios tecnológicos potenciadora da divulgação e acesso ao livro e à leitura.
A fim de valorizar o papel da Cultura portuguesa no Mundo o Governo irá sistematizar o programa de tradução de literatura portuguesa no estrangeiro, com o objectivo alargá-lo a todos os países da União Europeia no prazo da legislatura, com apoio do MNE/Instituto Camões e a participação dos grupos editoriais de referência.
Com o mesmo objectivo será retomado o circuito de feiras do livro nos PALOPs e Timor.
O Governo continuará a apoiar o Plano Nacional de Leitura, reavaliando a sua função e a natureza do seu trabalho, bem como a sua ligação às bibliotecas escolares.
O Governo acompanhará a adopção do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa garantindo que a sua crescente universalização constitua uma oportunidade para colocar a Língua no centro da agenda política, tanto interna como externamente.
Nesse sentido, irá apoiar o reforço do papel do Português como língua de comunicação internacional junto das instâncias internacionais e em profunda concertação com os restantes países da CPLP, relembrando que, mais do que criar novas entidades de promoção da Língua, interessa potenciar aquelas que já existem, sejam elas de carácter associativo, académico ou político; nessa medida, reavaliará a execução e gestão do Fundo da Língua Portuguesa.
O Governo apoiará a digitalização de fontes e de conteúdos de natureza literária e científica em Língua Portuguesa, continuando a promover, através da Biblioteca Nacional, a classificação, conservação e divulgação do espólio dos grandes criadores da Língua Portuguesa.
O Governo criará, em colaboração com entidades públicas e privadas, um conjunto o mais alargado possível de bibliotecas da Língua e da Cultura Portuguesa a distribuir pelos países e comunidades onde se fala a nossa Língua.

2 comentários:

Sérgio Mangas disse...

O programa promete e é ambicioso para as bibliotecas públicas:

- Cumprimento dos contratos-programa estabelecidos ou a estabelecer com as Autarquias;

- Retomar-se-á a Rede do Conhecimento;

- Criação de um conjunto o mais alargado possível de bibliotecas da Língua e da Cultura Portuguesa a distribuir pelos países e comunidades onde se fala a nossa Língua.

Ou seja, trabalho não vai faltar...

Bruno Duarte Eiras disse...

Olá, Sérgio

Obrigado pelo teu comentário.

- Se em anos (legislaturas) normais já havia atrasos no cumprimento do contratos-programa, imagino nesta conjuntura;

- A retoma da rede do conhecimento sem a DGLB ou uma entidade com poderes clarificados não serve de muito... Vamos aguardar!

- Somos novos mais já ouvidos falar na valorização da língua e cultura portuguesa (com um Instituto Camões falido) e em ligações com a CPLP desde 199???.

Trabalho nunca falta... assim se queira fazer e se salvaguardem as condições.

Abraço,