No próximo mês vai abrir nos EUA a primeira biblioteca pública que não vai utilizar a Classificação Decimal de Dewey para organizar os seus livros.
Apesar de isto não ser uma grande novidade e dai talvez seja, os nossos colegas americanos estão muito entusiasmados com esta grande revolução nas bibliotecas públicas.
O forúm norte americano sobre bibliotecas que eu subscrevo registou nestes últimos dias o maior número de mensagens do último ano!
A biblioteca que por esta altura é alvo de todos os comentários nos EUA é a Gilbert Public Library um pólo da Maricopa County Library District no Arizona.
Segundo as notícias a principal razão para esta alteração é a aproximação da organização dos documentos nas bibliotecas de uma forma mais amigável para os leitores. O argumento utilizado e o de que um código confuso de letras e números não é facilmente perceptível pelos leitores... a ideia é a de aproximar a organização das bibliotecas à arrumação feita nas livrarias.
A bibliotecária responsável afirma que este era um pedido que os leitores já vinham a fazer há vários anos, mas que apenas agora com a abertura de um novo pólo foi possível dar resposta.
A ideia integra-se num projecto mais amplo que é o de aproximar os leitores da biblioteca através de alterações espacio-funcionais que lembrem mais livrarias e outros espaços comerciais do que propriamente as bibliotecas no seu conceito tradicional.
A Gilbert Public Library vai ter os seus documentos organizados em 50 secções temáticas que se sub-dividem. Pretende-se assim que a organização da biblioteca seja mais intuitiva para os leitores, já todos procuram livros por assunto mas muito poucos sabem os códigos da Classificação de Dewey.
Então e por cá?! Porque motivo algumas bibliotecas públicas (e não só) insistem em organizar os documentos segundo a CDU!?
A notícia completa pode ser lida aqui.
Segundo as notícias a principal razão para esta alteração é a aproximação da organização dos documentos nas bibliotecas de uma forma mais amigável para os leitores. O argumento utilizado e o de que um código confuso de letras e números não é facilmente perceptível pelos leitores... a ideia é a de aproximar a organização das bibliotecas à arrumação feita nas livrarias.
A bibliotecária responsável afirma que este era um pedido que os leitores já vinham a fazer há vários anos, mas que apenas agora com a abertura de um novo pólo foi possível dar resposta.
A ideia integra-se num projecto mais amplo que é o de aproximar os leitores da biblioteca através de alterações espacio-funcionais que lembrem mais livrarias e outros espaços comerciais do que propriamente as bibliotecas no seu conceito tradicional.
A Gilbert Public Library vai ter os seus documentos organizados em 50 secções temáticas que se sub-dividem. Pretende-se assim que a organização da biblioteca seja mais intuitiva para os leitores, já todos procuram livros por assunto mas muito poucos sabem os códigos da Classificação de Dewey.
Então e por cá?! Porque motivo algumas bibliotecas públicas (e não só) insistem em organizar os documentos segundo a CDU!?
Uma vez ouvi uma colega nossa afirmar publicamente que o problema não estava em os leitores terem dificuldade em identificar as classes da CDU, mas sim no facto de isso não lhes ser ensinado na escola logo no 1º ciclo...
A notícia completa pode ser lida aqui.
Imagem: Site da Gilbert Public Library
8 comentários:
Caso não aprendam, logo no 1º ciclo, sugiro chibatadas. Lambadas a sério e orelhas de burro. Comigo resultou lindamente. O que vale é que também há gente inteligente entre os bibliotecários.
Realmente parece-me um pouco extremada esta discussão da não utilização da CDD para arrumação de livros e a utilização, por esta nova biblioteca, de uma outra forma de arrumação mais amigável para o utilizador, mas na estrutura idêntica à classificação decimal. Os nossos colegas norte americanos ainda estão, nalguns aspectos, a discutir o sexo dos anjos.
Revolucionário no meio bibliotecário, seria a utilização de arrumação dos documentos por Centros de Interesse, ou uma outra solução mais radical do que a das livrarias. Já agora que solução Oeiras adoptou?
Caro Ralg,
O que vem a ser isso de dizer que TAMBÉM há gente inteligente! De referir que a colega que defende esta ideia é uma reputada bibliotecária.
Luísa,
Pessoalmente e em resultado da minha experiência acho muito estranho uma biblioteca (especialmente se for pública) com documentos em livre acesso estar organizada pela CDU ou CDD. Se a ideia é dar autonomia ao leitor este não será o caminho, porque códigos de letras e números não lhes dizem nada.
A Biblioteca de Oeiras tem uma organização temática, próxima dos centros de interesse.
Exmº Sr. Dr. Bibliotecário Bruno,
Quando me referia à inteligência da sua classe (com quem trabalho diariamente... É Karma!)pensava no facto de se imaginar ser possível ensinar no 1º ciclo a CDU. Não comento as questões técnicas, mas as educativas posso. Imaginar que isto seja tema escolar (a CDU não a biblioteca) dá-me volta ao estômago. Como é óbvio concordo totalmente com a tua resposta à Luísa Alvim.
Mas na escola, no 1º ciclo, a CDU, não! Já temos problemas de literacia que cheguem!
Ex.mo Ralg
É sempre um prazer contar a tua opinião neste espaço.
Diz lá que não imaginas um quadro nas escolas com as notações da CDU e os miúdos a "cantar" a classe 8 tipo tabuada!
Caro Bruno,
Os putos a cantarem a classe 8 era lindo. Já agora a matemática podiam descobrir o que está na 4!´
Só se fosse um plano para colocar os bibliotecários a dominar o mundo: Primeiro os putos aprendiam a CDU e depois faziam-se planos de promoção de leitura que teriam de durar toda a vida porque ninguém aguentaria estar perto de livros.
Outra hipótese é o suicidio. Ao fim de poucas gerações a decorar a CDU todos odiariam as bibliotecas e estas podiam fechar!
Não te enerves!
Amanhã podemos tratar dessa ansiedade com mais uma sessão de indexação e classificação. :-)
Bem, Aby Warburg sempre colocou que os livros deveriam trabalhar em um sistema da boa vizinhança. Não por um ordem matematica...afinal grandes leis são história...
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