Nos últimos meses tenho falado aqui de algumas livrarias que são verdadeiras obras de arte. Resultante do meu interesse por livros e pelos espaços por eles ocupados (bibliotecas ou livrarias) falei aqui de 3 bons exemplos de como a arte e os livros se podem associar. Curiosamente essas 3 livrarias foram agora seleccionadas pelo jornal inglês The Guardian como as 3 mais belas livrarias do mundo:
1º lugar - Selexyz Dominicanen (Maastricht, Holanda)
2º lugar - El Ateneo (Buenos Aires, Argentina)
3º lugar - Lello (Porto, Portugal)
1º lugar - Selexyz Dominicanen (Maastricht, Holanda)
2º lugar - El Ateneo (Buenos Aires, Argentina)
3º lugar - Lello (Porto, Portugal)
A centenária Livraria Lello, no Porto, é considerada a terceira mais bela do mundo pelo The Guardian. O jornal inglês chama-lhe "divina", mas quem aparece no topo da lista é uma antiga igreja de Maastricht, Holanda, transformada na casa dos livros.
"É um motivo de orgulho para os portugueses, e aumenta as nossas responsabilidades", diz Antero Braga, proprietário da Lello, depois de saber que a sua livraria é uma referência a nível mundial. No entanto, o terceiro lugar sabe a pouco: construída de raiz, refere, não conhece nenhuma tão bonita.
Das muitas casas livreiras que conhece, Antero Braga destaca duas que se aproximam da "divina" Lello. El Ateneo, em Buenos Aires - que The Guardian põe em segundo lugar -, e a Rizzoli, em Nova Iorque. A livraria argentina, contudo, "é um antigo teatro" agora habitado pelos livros, e a Rizzoli, instalada num edifício de arte nova, "é mais pequena" do que a livraria da Rua das Carmelitas, frente à Torre dos Clérigos.
Fundada em 1906, com a presença no dia de abertura de, entre outros, Guerra Junqueiro, José Leite de Vasconcelos e Afonso Costa, a Livraria Lello, que se estende por dois andares, mantém a traça original. O edifício, projectado por Xavier Esteves, foi construído de raiz em estilo neogótico. Surpreende, a quem ali entra, a escadaria circular, as enormes estantes iluminadas pela suave luz da clarabóia. Pelas estantes e bancas existem cerca de "120 mil títulos diferentes". E em várias línguas, sublinha Antero Braga, porque parte substancial dos clientes da casa chega do estrangeiro.
A pensar nos turistas, que têm a Lello como lugar de passagem no roteiro do Porto, "temos obras traduzidas, em várias línguas, de escritores portugueses". Ao contrário das outras casas, ainda graças ao público internacional, a Lello não apresenta quebra de vendas durante os meses de Verão.
É com pequenos pormenores, diz Antero Braga, que uma livraria tradicional resiste à concorrência das grandes superfícies e dos grandes grupos livreiros. "Temos clientes em Lisboa, no Algarve, Brasil, etc., porque aqui encontram sempre a obra" que procuram. "Nunca dizemos que o livro está esgotado, não há de momento - mas o cliente tê-lo-á nas mãos dentro de dias."
Fonte: Diário de Notícias
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