Desidério Murcho na sua crónica habitual das 3ª feiras no Público:
Esta nova tecnologia permitiu o desenvolvimento de leitores electrónicos de livros: tornou-se possível ler livros electrónicos com o mesmo conforto e independência com que lemos um livro de papel. Foi então que a Amazon.com lançou o seu Kindle, um leitor electrónico de livros, exclusivamente para o mercado norte-americano. O sucesso deixou toda a gente estupefacta: as fábricas não davam conta de produzir unidades em quantidade suficiente. E então o mundo acordou. Hoje há leitores da Sony e da Phillips, assim como o novo BeBook holandês, que acabei de comprar. Do tamanho de um pequeno livro de bolso, e com a espessura de um livro de cem páginas ou menos, permite armazenar milhares de livros, em diversos formatos — DOC, TXT, HTML, PDF, MOBI. Este último é o mais indicado para ler livros e há na Internet livrarias que os vendem (quase todos em língua inglesa) neste formato. Muitos livros antigos — clássicos como Os Lusíadas — estão disponíveis gratuitamente no Projecto Gutenberg, entre muitos outros lugares da Internet. A Cambridge University Press e a Hackett, duas importantes editoras académicas, já vendem praticamente todos os novos livros de filosofia em formato electrónico, na livraria EBooks.com.
Parece-me que podemos começar a deitar fora muitos livros em papel. O BeBook nada tem a ver com um minicomputador portátil. A diferença é o ecrã, que é exactamente como o papel: sem luz, nada se lê, mas à luz do dia (ou com iluminação normal) lê-se na perfeição. E a portabilidade é espantosa: podemos andar a ler livros durante mais de uma semana sem desligar o aparelho e sem o pôr a carregar. É que nesta tecnologia o aparelho só gasta energia quando mudamos de página. De modo que quando paro de ler limito-me a fechar a capa do livro electrónico, como quem pousa um livro normal; volto a abri-lo e continuo a leitura imediatamente.
Podemos ler também as notícias dos principais jornais do mundo, no formato RSS. Quando um PDF, TXT, HTML ou DOC não permite uma boa leitura, é fácil converter para MOBI usando o programa gratuito Mobipoket Creator.
Em suma, os meus hábitos de leitura mudaram muito, e viajar é mais fácil porque não tenho de carregar quilos de livros. E quando compro livros ingleses, não tenho de pagar portes de correio nem de esperar uma semana pela entrega."
7 comentários:
Concordo! :)
Para mim também e mais agradável ler um livro em suporte de papel, sentir-lhe o peso e o volume, sentir o cheiro, ou, pela cor do papel, pelo "estalar" das folhas imaginar-lhe a idade e a sua própria história e encontrar anotações ou lembranças guardadas entre as páginas. Para além que uma casa que não tenha prateleiras de livros, por mais bonita e confortável que seja, não me transmite uma sensação de lar. Manias...
Bjs
Ana
O interessante é que eu também não acho nada acolhedor uma casa sem livros, estantes... Ou mesmo livros espalhados pela casa!
Manias ou simplesmente amor á cultura de ler um bom livro?
Adoro os livros de papel!!
Manias, hábitos, gostos e necessidades transmitidas pela família e reforçados ao longo do percurso da vida, pessoal e profissional.
Kys
Ana
Realmente a mudança não é melhor. O hábito do livro vale por si, não há vantagens possiveis que o superem. Pode dizer-se que os e-books têm futuro, mas não acredito que o formato analógico tenha os dias contados.
E pensar que alguns já estão a anunciar a morte do "bom e velho livro" desde 1999!!...
Sou bibliotecária aqui no Brasil e gostaria de registrar meu depoimento: com tantas praias que temos aqui, como levar um equipamento eletrônico sem que a areia não invada por todos os lados??
Ah! meu livrinho de papel não será substituído por muito tempo ainda!!
Um abraço desde Brasil!
Solange
Sou bibliotecária aqui no Brasil e gostaria de registrar meu depoimento: com tantas praias que temos aqui, como levar um equipamento eletrônico sem que a areia não invada por todos os lados??
Ah! meu livrinho de papel não será substituído por muito tempo ainda!!
Um abraço desde Brasil!
Solange
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