sábado

Congresso da IFLA # Dia 2

O dia começa cedo em Helsínquia. O Sol nasce perto das 5 da manhã e o nosso relógio biológico começa logo a ficar desorientado!
Como o apartamento tem cortinas pequenas - na boa tradição nórdica a maioria das casas não tem cortinas - amanhece muito cedo também dentro do quarto.
Depois de um pequeno almoço reforçado, já que o dia ia ser longo, afinal hoje começa oficialmente o Congresso da IFLA, é hora de sair em direcção ao 78º Congresso da IFLA.

Logo ao chegar à Estação Central de Helsínquia somos recebidos por 2 voluntárias do Congresso, identificadas com t-shirts e um roll-up do 78º Congresso da IFLA.
Como o finlandês não é uma língua fácil (e olhem que eu treinei em Lisboa) nada como confirmar a letra do comboio correcto e confirmar mais algumas indicações sobre horários e bilhetes! 5 minutos depois chego à estação de Pasila que faz ligação com o Centro de Congressos, também nesta estação uma voluntária assinala a saída mais directa para o local do Congresso.


Cheguei ao Helsinki Exhibition & Convention Centre (Helsingin Messukukeskus), local onde se realiza o Congresso da IFLA depois de 10 minutos de viagem de comboio.

A entra do Centro de Congresso é simples, mas ainda assim causa sensação. Rodeado por edifícios de apoio, hotel, Helsinki Business School e pela Helsinki Public Library (Central), acho que é inesquecível a primeira vez que se participa num evento desta dimensão e se vê a quantidade de profissionais que se reúnem num mesmo local. Podia ser mais velho ou mais novo, ter mais ou menos experiência profissional, e ainda assim estar pela primeira vez no Congresso da IFLA é emocionante (Mas não será sempre?!).

Depois de consultar a enorme lista de participantes - 4.200 bibliotecários de 120 países - foi tempo de com o voucher da inscrição dirigir-me ao secretariado para levantar a identificação e a documentação do Congresso.

Depois de aqui no Entre Estantes ter feito tantos posts sobre os últimos Congresso da IFLA e de ter lamentado ainda não ter participado... nem queria acreditar que afinal ia ser agora!

No Secretariado confirmam a nossa inscrição, imprimem o cartão de identificação e avisam que devemos utilizá-lo de forma visível sempre que estivermos no Congresso. Explicam rapidamente a documentação que se encontra na pasta (este ano é uma mochila) e informam que sempre que precisa de alguma informação, ajuda ou esclarecimento devo dirigir-me a uma dos 300 voluntários que estão espalhados pela área do Congresso. No final perguntam se temos alguma questão e por fim despedem-se com um enorme sorriso e dão-nos as Boas Vindas ao Congresso da IFLA e a Helsínquia! (Tervetuloa - Bem vindo em finlandês).

Depois de almoçar pelo centro de congressos, observar o número de colegas que ia chegando e de explorar melhor a documentação e confirmar o programa, horários e salas.

Como por aqui há muito para ver, conhecer, aprender e com quem conversar o tempo passa muito depressa e o final do dia chegou num ápice.

Às 18.30 era tempo de ir para a sala 306 e ficar a conhecer todos os participantes de língua portuguesa que estavam no Congresso: Sessão 56 Caucus - Portuguese Speaking Language. Segundo a lista de participantes estavam inscritos no Congresso 32 participantes de língua portuguesa  (Angola 5, Brasil 18, Moçambique 1 e Portugal 8), mas no caucus apenas estavam 18 pessoas.

Nos Congressos da IFLA realizam-se caucus de países ou de línguas como é o nosso caso. Cada país/língua organiza esta sessão ao seu gosto, existindo caucus para todos os gosto - mais ou menos informais, com maior ou menor número de participantes e com agendas pre-determinadas ou mais locais de convívio. O caucus de língua portuguesa é essencialmente um local para ver quem está e aparece. Como se sabe a comunidade bibliotecária de língua portuguesa não é muito activa, nem comunicativa e por isso estas sessões têm sido pouco eficazes na criação de redes de contactos e na preparação de uma estratégia de língua portuguesa dentro da IFLA.

Para quem já é muito experiente nos Congressos da IFLA parece que este ano a sessão correu muito bem, não apenas no que diz respeito ao número de participantes (aparentemente a mais participada), mas também porque houve debate em torno do futuro da profissão, das formação, da falta de comunicação entre os profissionais da CPLP e da necessidade de afirmar a língua portuguesa dentro da IFLA.
Esta sessão histórica terminou com uma fotografia de grupo que em breve será divulgada! Quem sabe se o 78º Congresso da IFLA não se torna um ponto de viragem para os participantes de língua portuguesa... Vamos aguardar!

No final do dia volta-se a casa com a sensação de que se está a alcançar um desejo há muito esperado; participar num dos maiores encontros de bibliotecários do mundo e ter a oportunidade de ouvir, conversar, conhecer colegas de vários países, bibliotecas e com experiências muito diversas! É a sensação de networking no seu melhor!

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